Setor de combustíveis critica suspensão de programa da ANP e alerta para aumento do mercado irregular
A suspensão do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), anunciada nesta segunda-feira (23) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), gerou forte reação de entidades do setor. Em nota conjunta, sete organizações representativas classificaram a medida como um retrocesso que compromete a legalidade, a segurança e a qualidade no abastecimento de combustíveis no país.
O programa, que será interrompido a partir de julho, é um dos principais instrumentos de fiscalização da qualidade dos combustíveis vendidos no Brasil. As entidades também criticaram a redução dos recursos orçamentários da ANP, o que, segundo elas, enfraquece o papel da agência no combate ao mercado irregular.
“A defesa da legalidade, qualidade e segurança no mercado de combustíveis é quem mais sofre com o enfraquecimento da ANP, comprometendo seriamente sua capacidade de fiscalizar o setor, coibir irregularidades e garantir a proteção do consumidor”, afirma o comunicado.
Mesmo após uma mobilização recente para doações de equipamentos à ANP, a agência se encontra sem recursos suficientes para manter suas atividades de fiscalização, de acordo com a nota.
As entidades também cobraram uma revisão dos cortes orçamentários aplicados às agências reguladoras, especialmente num momento em que o mercado de combustíveis enfrenta crescimento de práticas ilegais.
O comunicado é assinado por:
- Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom);
- Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom);
- Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis);
- Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP);
- Instituto Combustível Legal (ICL);
- Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom);
- Sindicato Nacional Transportador Revendedor Retalhista (SINDTRR).
No vídeo abaixo você pode conferir como identificar um combustível adulterado.
Os Perigos do Combustível Adulterado
O uso de combustível adulterado é um problema recorrente no Brasil e em outros países, trazendo sérias consequências tanto para os veículos quanto para o meio ambiente e o consumidor. Entenda melhor os riscos e como se prevenir.
O Que É Combustível Adulterado?
Combustível adulterado é aquele que teve sua composição alterada de forma ilegal, geralmente com a adição de solventes, álcool em excesso ou outras substâncias. Essa prática visa reduzir custos para o comerciante, mas compromete a qualidade do produto.
Danos ao Veículo
O uso contínuo de combustível adulterado pode causar uma série de danos ao motor e a outros componentes do carro, como:
- Entupimento de bicos injetores
- Desgaste prematuro do motor
- Falhas na ignição
- Aumento no consumo de combustível
- Danos ao sistema de escapamento e catalisador
Esses problemas levam a manutenção frequente e, muitas vezes, a reparos caros.
Impacto no Meio Ambiente
Substâncias ilegais e impuras liberadas na queima de combustível adulterado aumentam a emissão de poluentes atmosféricos, contribuindo para o aquecimento global e agravando problemas respiratórios na população.
Riscos para o Consumidor
Além dos danos ao carro e ao meio ambiente, o consumidor sai no prejuízo com:
- Gastos inesperados com manutenção
- Redução da vida útil do veículo
- Possíveis acidentes por falhas mecânicas
Como Se Proteger?
- Abasteça apenas em postos de confiança
- Desconfie de preços muito abaixo da média
- Guarde a nota fiscal do abastecimento
- Fique atento ao desempenho do veículo após abastecer
Em caso de suspeita, denuncie à ANP (Agência Nacional do Petróleo) ou ao Procon da sua região.
Conclusão
O combustível adulterado é um crime que afeta todos: motoristas, meio ambiente e a economia. Por isso, é essencial fiscalizar, denunciar e escolher sempre postos confiáveis para abastecer seu veículo.