O agravamento do conflito no Oriente Médio já está impactando diretamente os preços dos combustíveis no Brasil. De acordo com Roberto Tonietto, presidente e fundador da RodOil, o diesel importado teve um aumento de 15% desde o início das hostilidades.
Segundo Tonietto, o cenário internacional está marcado por uma forte volatilidade. “Depois que estourou essa guerra, os preços do mercado internacional estão bastante instáveis, com variações muito altas e baixas. Já não temos mais uma grande referência”, afirmou em entrevista ao CNN Money.
Situação no mercado brasileiro
O executivo destacou que o mercado nacional vive duas realidades distintas. De um lado, os combustíveis fornecidos pela Petrobras continuam com preços estáveis. De outro, o mercado dependente de importações, principalmente no caso do óleo diesel, sofre diretamente com as oscilações externas.
Cerca de 30% do diesel consumido no Brasil é importado, o que torna esse segmento especialmente vulnerável. “Tivemos principalmente no diesel — que é onde mais se sente a falta de produto no mercado interno — um aumento de pelo menos R$ 0,50 por litro em uma semana, equivalente a cerca de 15%”, explicou Tonietto.
Petrobras mantém cautela
Apesar da alta do diesel importado, o presidente da RodOil acredita que a Petrobras não deve repassar de imediato essas variações para o mercado interno. Segundo ele, a estatal tem adotado uma postura de prudência, optando por esperar a estabilização dos preços internacionais antes de decidir por reajustes, sejam de alta ou de baixa.
Impacto no transporte e na economia
A elevação do diesel importado tende a afetar diretamente o setor de transporte rodoviário, principal modal logístico do país, o que pode resultar em repasses ao consumidor final e aumento dos custos logísticos.
Diante do cenário geopolítico instável, o mercado de combustíveis brasileiro segue em alerta, atento às próximas movimentações da Petrobras e às decisões dos importadores.